Os Imigrantes Japoneses
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Os Imigrantes Japoneses
]size=18]18 de junho de 1908, quinta-feira: Esta foi a data em que o navio Kasato Maru (笠戸丸) aportou em terras brasileiras, mais precisamente o porto de Santos. Nele chegaram 781 japoneses (591 homens e 190 mulheres), liderados por Ryu Mizuno. A primeira grande leva de imigrantes do país do sol nascente para o país tropical.
Chegaram ouvindo fogos de artifício. Emocionados, imaginaram que os brasileiros os recebiam calorosamente. Mal sabiam que o foguetório era por causa das festas juninas.
Após terem enfrentado 52 dias de viagem, são obrigados a permanecer dois dias (ou horas, dependendo da fonte consultada) em Santos, até que as autoridades alfandegárias terminem a inspeção do navio. Só então foram liberados para pegar o trem que os levaria a São Paulo.
Do Japão, haviam trazido bandeiras do Brasil confeccionadas em seda, que agitaram alegremente das janelas apinhadas, junto com bandeiras japonesas, indicando sua vontade de abraçarem o novo país, sem no entanto esquecerem de sua pátria, para a qual esperavam retornar um dia, enriquecidos.
Afinal, o Brasil havia sido descrito como a terra onde "se plantando, tudo dá", "um baú de tesouros", um lugar paradisíaco cheio de riquezas brotando do chão, apenas esperando por mãos que as coletassem. Também havia a promessa de que logo poderiam transformar-se em donos de sua própria fazenda, acumulando riquezas para depois retornarem, triunfantes, à terra natal.
No cartaz está escrito: "América do Sul, América do Sul, uma arca de tesouros os aguarda". Elaborado por uma tal de União de Emigração da Província de Miyazaki.
A realidade, no entanto, era bem outra... Levados principalmente para plantações de café em grandes fazendas do interior paulista, tiveram de executar tarefas que antes eram conferidas aos escravos, e em muitos casos recebiam tratamento semelhante. Os cafeeiros não cumpriram o pagamento prometido, as condições de vida eram precárias, havia preconceito, barreiras linguísticas... O sonho tornou-se pesadelo.
Trabalhadores reunidos antes da colheita de café.
Depois de seis meses, mais da metade dos imigrantes deixou o trabalho árduo nestas fazendas para tentar a sorte em outros lugares. Voltar para o Japão era impossível; não dispunham de dinheiro.
Mas, seja pela reconhecida tenacidade japonesa, seja pela absoluta falta de opções, estes imigrantes permaneceram no Brasil, prosperaram (a duras penas) e, hoje, constituem a maior comunidade japonesa fora do Japão.
As fontes de referência para a elaboração deste artigo foram:
• Kasato Maru - Navio Negreiro Japonês
• A viagem do Kasato Maru
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